CPI da Petrobras discute negócios da estatal com estaleiros acusados pela Polícia Federal e Ministério Público de fraude em licitações para a reforma de plataformas.
Durante a reunião de ontem da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, senadores da oposição criticaram o fato de a estatal manter contratos com empresas que foram indiciadas por fraude em licitações de reforma de plataformas após a Operação Águas Profundas, deflagrada em 2007 pela Polícia Federal. Duas das três maiores empresas apontadas na investigação – os estaleiros Iesa e Mauá Jurong – ainda prestam serviços para a companhia.
Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), o fato configura “relação de promiscuidade”, já que, de acordo com ele, a Iesa foi uma das maiores doadoras do PT nas últimas eleições.
A Operação Águas Profundas, conforme o procurador da República Carlos Alberto de Aguiar, envolveu o Ministério Público e uma auditoria interna da Petrobras. Resultaram do processo 28 denunciados por crimes como corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, fraude em licitação, falsidade documental e estelionato.
Em defesa da Petrobras, o senador Delcidio Amaral (PT-MS) alertou para o fato de que a estatal não poderia excluir uma empresa de seu cadastro devido a um processo investigatório inconcluso.
O gerente-executivo de Serviços de Exploração e Produção da Petrobras, Erardo Gomes Filho, informou que, desde a Operação Águas Profundas, a estatal demitiu servidores e afastou outros de suas funções.
O delegado da Polícia Federal Cláudio Nogueira explicou que uma rede de empresas capitaneadas pela Angraporto recebeu informações privilegiadas de funcionários da Petrobras que exerciam influência sobre os processos licitatórios. Dessa forma, essas empresas foram beneficiadas e os processos foram transformados num “jogo de cartas marcadas”.
Fonte: Jornal do Senado