“Foram 727 dias de lições e casos marcantes do ministro Menezes Direito no Supremo Tribunal Federal. Direito completaria dois anos na corte máxima de Justiça do país no sábado (5/9). Morreu antes disso, na terça-feira (1/9), vítima de um câncer de pâncreas. Mas deixou um legado de votos construídos à risca da lei e com a profundidade de um jurista com quase 21 anos de magistratura. Direito mostrou-se, antes de tudo, um doutrinador. No Supremo, Menezes Direito teve participação decisiva em dois dos mais importantes julgamentos dos últimos anos: pesquisa com células-tronco embrionárias e a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol.
Conhecido pelo conservadorismo e apego à liturgia, o ministro surpreendeu com a postura ativa nos dois casos. Após pedir vista nas duas ocasiões, Menezes Direito recebeu uma enxurrada de críticas por empacar os julgamentos logo no início da discussão. Em contrapartida, levou ao Plenário do STF longos votos, com detalhes históricos e ordens expressas de como o poder público deveria agir.