A ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), será homenageada pela Organização Brasileira de Mulheres Empresárias (OBME) e pela organização Les Femmes Chefs D’Entreprises Mondiales (FCEM), na Assembléia Legislativa de São Paulo, nesta quinta-feira, 27, às 18h.
Primeira magistrada a integrar um tribunal superior, a baiana Eliana Calmon completou, neste ano, 10 anos no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A ministra é membro da Primeira Seção e da Segunda Turma, órgãos que já presidiu e são responsáveis pelo julgamento de matérias relativas ao Direito Público, e integra também a Corte Especial. Ela compõe, ainda, o Conselho da Justiça Federal (CJF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Para a ministra Eliana Calmon, a importância da homenagem vai além do reconhecimento e da visibilidade de sua atuação profissional: “Entretanto é natural que se estabeleça uma gradação qualitativa da homenagem, pela importância de quem homenageia. Dentro desse critério, é imensamente gratificante o reconhecimento de mulheres, e mulheres que sabem o que estão fazendo. São profissionais, independentes e antenadas com a realidade, participam como cidadãs dos acontecimentos da sociedade brasileira, conhecendo um pouco do Judiciário e da atuação dos seus integrantes”, ressaltou a ministra.
Protagonista de vários feitos vanguardistas, antes dos 30 anos a ministra Eliana Calmon tornou-se procuradora da República, em 1974. Era a primeira vez que o Nordeste via uma mulher no Ministério Público Federal. Em 1979, ingressou na magistratura, no cargo de juíza federal. Seguiu para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região e, em 1999, chegou ao STJ e abriu caminho às mulheres dedicadas ao Direito.
A ministra Eliana Calmon já levou a julgamento, em sessão, 28.594 processos, até o primeiro semestre deste ano. Individualmente, decidiu 75.449 questões. O ritmo de trabalho no seu gabinete contrasta com a imagem preconcebida que se tem do Judiciário.
Por seu perfil vanguardista e empreendedor, a ministra Eliana Calmon será homenageada pela OBME e a FCEM. Sobre uma identificação com a atuação das mulheres empreendedoras a ministra avalia: “Entendo que a força, a energia e os propósitos são os mesmos, cada uma na perspectiva da sua atividade. A diferença de atividade profissional não descaracteriza a essência da mulher que, dedicada e consciente do seu espaço social, alavanca a mobilização de outras mulheres, contribui para uma sociedade menos desigual sob a ótica do gênero e se realiza como partícipe social”.
A OBME reúne mulheres empreendedoras de distintas regiões do Brasil, com o objetivo de desenvolver seus negócios, contribuindo para o crescimento da economia nacional e para a expansão de novos setores de atividade, de maneira consciente. Foi também essa forma consciente de agir de Eliana Calmon que chamou atenção da organização. A ministra esclarece: “Sob o ângulo formal não há nenhuma ligação, sequer social. A descoberta da minha pessoa para ser alvo dessa homenagem veio de forma espontânea, o que ainda mais me gratifica”.
Um dos objetivos da OBME é conhecer as necessidades que as mulheres têm nas suas atividades empresariais, promover o intercâmbio de opiniões e escutar suas inquietudes, para poder orientar e alcançar os objetivos de superação. A FCEM é uma organização internacional que viabiliza contatos com diversos países do mundo, fundada em 1945, na França. A associação está presente em 60 países, nos cinco continentes.
A Assembléia Legislativa de São Paulo fica na Av. Pedro Álvares Cabral, 201 – Ibirapuera, e a homenagem à ministra Eliana Calmon será na Sala Franco Montoro.
Fonte: STJ