Senadores pretendem esclarecer versões de Lina Vieira e da ministra Dilma Rousseff, que se contradizem sobre suposta reunião reservada.
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) ouve na terça-feira a ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira. O objetivo é confirmar e aprofundar sua declaração à imprensa sobre uma suposta reunião reservada em que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, teria lhe sugerido apressar investigações em empresas de Fernando Sarney, um dos filhos do presidente do Senado, José Sarney.
Na interpretação da ex-secretária, a sugestão para apressar as investigações significava encerrá-las, já que o governo teria interesse em manter a aliança eleitoral com o PMDB com vistas à sucessão presidencial em 2010. Iraneth Dias, chefe de gabinete de Lina e do atual secretário, Otacílio Cartaxo, confirmou a reunião, que vem sendo negada por Dilma.
Os senadores da oposição já pensam em requerer a vinda da ministra ao Senado para uma acareação com Lina. O requerimento de convite a Lina Vieira foi apresentado pelo senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA). Para ele, se forem verdadeiros os fatos, a intervenção da ministra em assunto exclusivo da Receita terá sido “descabida”.
A oposição havia apresentado requerimentos para a convocação de Lina Vieira na CPI da Petrobras, que não foram aprovados. O relator, Romero Jucá, disse que Lina não teria nada a acrescentar sobre supostas manobras da empresa para sonegar impostos, pois não está mais à frente da Receita.
– Não houve multa e não houve nenhum tipo de questionamento da Receita. Esse é um caso que, em tese, não existe – afirmou.
Fonte: Jornal do Senado