-=HSN=- ADVOGADOS

“Sr. Diretor.

Ontem, de madrugada, eu liguei para a TV Universal, que estava passando um filme, cujo título era Sob o Domínio do Mal. Fez-me retroceder meu pensamento, a minha luta para que haja justiça nesta Terra, justiça na acepção da palavra, conforme os aforismos latinos: Juris praecepta sunt haec : honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique tribuere (os preceitos do direito são : viver honestamente, não lesar terceiros e dar a cada um o que é seu). Podem muitos não ver motivos na minha comparação, pois, naquele filme, um cientista aplicava em soldados americanos, no cérebro, “mutatis mutandis” ícones (εικων) que mudavam as personalidades a serviço de um grupo econômico, visando a apoderar-se do governo dos Estados Unidos.

Enfim, onde eu quero chegar? Que psicologicamente não é preciso implantar ícones (imagem, do grego) nos cérebros, de hipnose, para se chegar ao objetivo de uma classe política.

Basta usar do poder coercitivo (usado por reis e ditadores); ou maquiavelicamente, de métodos psicológicos, e até estelionatários, orientando (manietando) uma categoria para que pensem de certa maneira a favor daqueles que queiram mandar. Isto, como o disse, vêm praticando os monarcas e os ditadores, em nome da pseuda justiça que temos tido, há séculos e, na substituição deles, os politicos, educando os povos, desde crianças, suprimindo sua capacidade de pensar livremente.

O que são as religiões senão métodos psicológicos de apoderarem-se dos pensamentos, dos cérebros, e das ações humanas? Mas não é sobre elas que quero falar, mas sim sobre a justiça. O que tenho visto e analisado, quanto ao Judiciário, em sua proposta de mando, após os períodos em que estivemos sob monarquia e ditaduras. Ninguém pode dizer que não sejam inteligentes e cultos, ao mesmo tempo. Então, como ficarem em evidência, sem que sejam percebidos?

Obviamente, com propostas subliminares, psicológicas, procurando desfazer qualquer possibilidade de serem meros servidores das leis, mas para que elas sejam cumpridas sob seus parâmetros, do que querem que sejam. Foram então à filosofia, buscar uma figura que lhes servisse apropriadamente. Encontraram a Τελέο (fim, objetivo) e criaram a Teleologia Jurídica, que lhes dá liberdade de alterarem e modificarem as leis às suas vontades conveniências, subjetivamente, sem empecilhos, pois há não só liberdades de julgar, mas impossibilidade de sanções.

Para encontrarem abrigo na positividade, bastava para isso enquadrá-la no positivismo, conjunto de doutrinas criadas por Comte, baseado nos fatos e na experiência. Agora eu pergunto: por que não o fizeram antes, quando das monarquias, das imposições dela e das ditaduras, de um passado bem recente, quando eram obrigados a seguirem o que determinavam os reis e os ditadores? Não havia como! Encontraram, porém, abrigo na chamada democracia, em que poucos perceberam sua atitude. Vemos encrustrados nela as chamadas jurisprudências, em que se vêem absurdas distorções de leis, principalmente da Constituição; e têm a vantagem de professores de faculdades trilharem os caminhos aventados; e os advogados e juristas, a maioria deles, submeterem-se subservientemente, por adulação, condescendência, receio ou comodismo, “data venia”.”

Atenciosamente, advogado Olavo Príncipe Credidio – OAB/SP n.º 56.299 (rua João Scaciotti, 460 – tel. 11-3722-2184)