“Sr. diretor.
Leio na internet:
‘OAB e UNE discutem hoje medidas contra Cadastro de Inadimplentes. Brasília, 19/11/2008 – O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, receberá hoje (19), às 9h, a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf, para discutir a adoção de medidas judiciais contra o Cadastro Nacional de Estudantes Inadimplentes, criado pelas universidades particulares. Britto reafirmou que considera o Cadastro de Estudantes Inadimplentes “um instrumento que fere a dignidade da pessoa humana e aquilo que dispõe a Constituição Federal sobre o saber, que é um direito de todos e dever do Estado”‘. ‘
“Sem dúvida, esse cadastro é um absurdo. Toda pessoa, principalmente de classe média, está sujeita a um dia ter de estar em dificuldade. Isto não indica que essa pessoa é descaracterizada, caloteira. A obrigação do Estado é assisti-la, não discriminá-la, principalmente em uma época de desemprego, recessão como agora, que só que não a vê é nosso ilustre Presidente. Até parece que ele nasceu em berço de ouro. ..Como colocá-la em uma lista para impedi-la de se recuperar, sim, porque tal lista virá a agravá-lo, de tal forma que dificilmente se recuperará.
Onde está o Legislativo que permite tal coisa, já não falemos em executivos? Mas pergunto ao sr. Lula e outros que hoje estão, como se diz, em cima da “carne seca”, que não tiveram problemas? Eu os tive e lutando consegui recuperar-me. Em certa época de minha vida tive de atrasar prestações de colégio particular de meus filhos, o Colégio Batista Brasileiro. O Diretor era o insigne Prof. Wangles que me concedeu que pagasse em prestações. Naquela época, com minha firma em concordata, devido ao absurdo do Governo de então, em que era o sr. Roberto Campos, Ministro, obstruindo a que os Bancos descontassem títulos, quebrando inúmeras firmas, só minha firma teve calotes de 60 milhões, de moedas de então, (não me lembro o padrão monetário que vigia, se cruzeiros, cruzados etc.) Atrasei inclusive condomínio em apartamento em São Vicente. Como era também professor, passei a lecionar praticamente o tempo todo disponível, e recuperei-me.
Paguei-os todos. Só posso agradecer a paciência que tiveram para comigo. Inclusive a Administradora do apartamento de São Vicente, a firma Queiroz & Bierrembach, na que era sócio gerente o sr. José Felix (parece-me que é assim que se escreve) concedeu-me posteriormente a que fosse advogado dela, comprovando a confiança que tiveram em mim. Agora pergunto: se tivessem levado meu nome ao Serasa e outros órgãos ter-me-ia recuperado? Claro que não! O absurdo é permitirem essas firmas que podem achincalhar o subjetivo de pessoas, que deveriam responder pelos danos morais que causam. Parabéns ao Presidente da OAB, tudo devemos fazer para obstruir esses absurdos.”
Atenciosamente, advogado Olavo Príncipe Credidio – OAB/SP n.º 56.299 (rua João Scaciotti, 460 – tel. 11-3722-2184)