17 set 2008 @ 6:54 PM 

A “capacitação tecnológica da região é vital”, disse ontem o ministro da Defesa durante sessão especial do Parlamento do Mercosul, que está reunido em Montevidéu.

Ao apresentar a proposta de criação do Conselho de Defesa da América do Sul ao Parlamento do Mercosul, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu ontem a vinculação das estratégias de defesa e desenvolvimento da região. Ele sugeriu a união de esforços para o desenvolvimento da indústria militar e para a produção conjunta de novas tecnologias para o setor.

– A capacitação tecnológica da região é vital. Precisamos sair do chão tecnológico, onde nos encontramos, para chegar ao teto tecnológico. Para isso, devemos promover o compartilhamento de investimentos, não repetir pesquisas que outros estão fazendo e, dessa forma, conquistar economia de escala. São inseparáveis as estratégias de defesa e de desenvolvimento – afirmou Jobim em sessão especial do Parlamento realizada a requerimento do senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS).

Segundo o ministro, a estratégia de defesa deve funcionar como um “escudo” da estraté­gia de desenvolvimento. Ele sugeriu a integração das bases industriais de defesa sul-americanas e a aproximação entre os principais institutos de pesquisa da região ligados ao setor. Um exemplo, a seu ver, é a produção no Chile de peças e partes dos aviões da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). O ministro citou ainda as negociações com a Argentina para que essa estratégia se repita em uma indústria localizada em Mendoza. E criticou o fato de que jaquetas militares brasileiras sejam adquiridas da China.

Nelson Jobim admitiu que o Brasil, por razões históricas, permaneceu durante muito tempo “de costas” para a América hispânica. Mas agora o momento é outro, observou. A América do Sul, afirmou, é a maior fornecedora de alimentos do mundo, possui as maiores reservas de água doce e está a caminho de se converter em um grande pólo produtor de energia.

– Isso nos leva a pensar na necessidade de entendimento sul-americano para formar uma união em termos de defesa, com base em princípios como a submissão do poder militar ao poder civil. Nossa região é de paz, não temos conflitos graves entre os Estados – lembrou.

Viagens

O ministro relatou as viagens que fez à América do Sul para apresentar a proposta de criação do conselho. Ele disse que a idéia foi bem recebida e, em um primeiro momento, apenas a Colômbia teria se esquivado de participar. Mesmo assim, ressaltou, o presidente Álvaro Uribe já admite se integrar aos esforços para criação do órgão.

Conforme Jobim, o conselho seria composto pelos ministros de Defesa dos países do subcontinente e teria o objetivo de “fomentar a confiança e a transparência na formação de consensos” na região. O órgão, explicou, não seria uma aliança militar clássica, como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas um “foro para discutir e identificar fatores de riscos e ameaças à região de toda natureza”.

Ao responder a parlamentares da Venezuela e da Argentina, Jobim disse que o Brasil já controla o ciclo de combustível nuclear, possui uma grande reserva de urânio e pretende desenvolver industrialmente o ciclo nuclear. O ministro disse não ter nenhuma preocupação com a recriação da Quarta Frota da Marinha dos Estados Unidos. Ele atribuiu a medida a uma “reorganização administrativa” e observou que se deve apenas estar atento à soberania dos paí­ses da região sobre suas águas territoriais.

– As águas jurisdicionais sul-americanas são sul-americanas. E ponto – finalizou.

Fonte: Jornal do Senado

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Posted By: TFSN
Last Edit: 17 set 2008 @ 10:54 PM

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Categories: Diversos, Geral


 

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