Redução de investimentos, desaceleração do crescimento econômico e pressões inflacionárias ameaçam economia. Reação do governo é criticada.
Ao comentar o atual cenário financeiro, o senador Adelmir Santana (DEM-DF) disse que os impactos negativos da crise norte-americana já se espalharam pelo mercado mundial, incluindo o Brasil. Segundo ele, os reflexos dessa crise para o país em 2009 poderão ser a redução de investimentos e a desaceleração do crescimento econômico e da geração de emprego e renda.
Para Adelmir, o Brasil vem se beneficiando desde 2002 da “bonança na economia mundial”, aumentando as exportações e atraindo investimentos externos, por exemplo. O governo federal também foi favorecido pelo crescimento na arrecadação de impostos e tributos, disse o senador, mas a falta de controle dos gastos públicos ainda preocupa.
Na avaliação do parlamentar, “dificilmente a taxa de câmbio deixará de subir”, o que pode significar novas pressões inflacionárias para o Brasil. “O comércio varejista cresce, no Brasil, há 52 trimestres sucessivos, mas, nos últimos dois meses, já dá sinais de decréscimo. Vamos torcer para que não tenhamos um fim de ano calamitoso e com muitas dificuldades para os nossos consumidores”, afirmou.
Heráclito Fortes (DEM-PI) elogiou o pronunciamento do colega e observou que os bons resultados da economia brasileira se devem, em parte, ao governo Fernando Henrique Cardoso.
Já o senador José Agripino (DEM-RN) criticou, em entrevista à Agência Senado, as declarações de autoridades do governo federal que procuram amenizar a gravidade da crise financeira que atinge os mercados mundiais. Segundo o líder da oposição, “país nenhum está imune à crise” e insinuar o contrário “é uma falta de responsabilidade”.
Arthur Virgílio (PSDB-AM) declarou à Agência Senado que as autoridades econômicas do governo têm adotado o “papel de avestruz” nas últimas semanas ao insistirem em acalmar os investidores nacionais. Para ele, a atual administração se mostra “despreparada para o pior”.
Cristovam Buarque (PDT-DF) considera que o Brasil já vem sendo atingido pela instabilidade nos mercados de capitais. O crescimento do endividamento do cidadão brasileiro e a conseqüente inadimplência também devem ser motivos de preocupação. De acordo com o senador, o país precisa se proteger, adotando, entre outras medidas, o controle dos gastos públicos, que vêm crescendo acima do PIB.
Fonte: Jornal do Senado