O clima de sucessão presidencial que envolve o Senado desde meados de dezembro de 2008 ficou mais intenso, nesta semana, com a definição das candidaturas ao posto para o biênio 2009/2010. Se, desde aquele momento, o PT mantinha a indicação do senador Tião Viana (AC) para concorrer à Presidência da Casa, só nesta quarta-feira (28) o PMDB reuniu sua bancada para oficializar a candidatura do senador José Sarney (AP).
O fato de a decisão final sobre o concorrente peemedebista ter saído às vésperas da eleição no Senado – a reunião preparatória ao pleito se inicia às 10h da próxima segunda-feira (2) – não significa que o PMDB estivesse alheio à disputa no período. Na verdade, o partido entrou oficialmente nesse processo quando 17 dos 20 integrantes de sua bancada declararam, em 17 de dezembro de 2008, apoio à candidatura do atual presidente da Casa, Garibaldi Alves Filho.
Garibaldi já confirmava à imprensa, dias antes dessa decisão, a intenção de postular sua recondução ao posto, para o qual foi eleito em 12 de dezembro de 2007 para cumprir os 14 meses restantes do segundo mandato do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que renunciou ao cargo. Para comprovar a legitimidade de seu pleito, o atual presidente do Senado buscou o respaldo de seis pareceres jurídicos que não viam sua candidatura como uma tentativa de reeleição ao cargo – proibida pela Constituição -, argumentando que ele apenas havia cumprido o restante do mandato de Renan.
De qualquer modo, especulações sobre uma eventual candidatura de José Sarney à Presidência do Senado – posto ocupado por ele outras duas vezes – persistiram após a confirmação do nome de Garibaldi pelo PMDB. Antes mesmo do anúncio formal de sua indicação pelo partido, Garibaldi já admitia a possibilidade de abrir mão da disputa para apoiar o senador pelo Amapá.
Essa desistência acabou sendo anunciada pelo atual presidente do Senado no último dia 21. Para justificá-la, argumentou que não poderia expor a bancada do PMDB ao risco jurídico que sua eleição poderia representar. O comunicado foi feito um dia após José Sarney revelar, depois de conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua intenção de também concorrer ao cargo.
Enquanto esses entendimentos corriam no PMDB, a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti, continuava confirmando a candidatura de Tião Viana. Sua indicação já foi registrada junto à Secretaria-Geral da Mesa e conta com o respaldo formal do PT, do PSB, do PR, do PSOL e do PRB. Embora tenha anunciado o apoio, o PDT ainda não o havia oficializado até o final da manhã desta quinta-feira (29). Do mesmo modo, o senador José Sarney também ainda não havia protocolado o registro de sua candidatura junto ao órgão.
Fonte: Agência Senado