08 out 2008 @ 6:37 PM 

À Comissão de Orçamento, ministro do Planejamento diz acreditar que a valorização do dólar “deve refluir” nos próximos dias, mas admite o risco de aumento da inflação com a queda do real.

O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, pediu ao Congresso que dê prosseguimento ao exame do Orçamento Geral da União de 2009 e disse que, “se a crise exigir”, o governo mudará no final de novembro os índices que sustentam a proposta orçamentária. Ele explicou que, por enquanto, o governo “não tem clareza” quanto à profundidade da crise e nem como ela afetará a economia brasileira em 2009. É, portanto, disse, “prematuro mexer ou suspender” o exame do Orçamento por parte do Congresso.

– Se chegarmos à conclusão de que a arrecadação será menor, teremos de fazer cortes no Orçamento. O governo só não aceitará cortes nas obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] e nem nos gastos sociais – ressaltou.

As afirmações foram feitas ontem durante debate de quase duas horas na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

O relator do projeto do Orçamento, senador Delcidio Amaral (PT-MS), disse acreditar que “os parâmetros que sustentam o projeto podem sofrer alguma mudança” no final de outubro ou no início de novembro.

– É difícil fazer cortes, especialmente porque eles devem ocorrer no custeio da máquina pública e nos investimentos. Mas o Congresso já fez isso em outras épocas e cumprirá sua obrigação, se isso for necessário – afirmou Delcidio.

Segundo Paulo Bernardo, o governo acredita que a valorização do dólar “deve refluir” nos próximos dias. Ele contestou afirmações de economistas segundo as quais o governo está demorando a tomar providências para que a crise não afete o país e detalhou as medidas do Banco Central para aumentar a oferta de dinheiro para bancos e exportadores.

O ministro admitiu que, se o real continuar perdendo valor perante o dólar e outras moedas fortes, haverá risco de aumento da inflação. Ponderou que “seria um absurdo” se as grandes cadeias que trabalham com produtos importados “começarem a repassar agora” a alta do dólar.

Paulo Bernardo minimizou os efeitos da crise internacional na economia brasileira, e insistiu nas previsões de que o Brasil deve crescer neste ano mais de 5%. Embora não acredite que a crise não venha a afetar o Brasil, ele declarou que o governo trabalha “para minimizar seus possíveis reflexos”. No entanto, criticou “analistas” que promoveriam “indisfarçável torcida pelo quanto pior, melhor”.

Questionado pelo presidente da Comissão de Orçamento, deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), o ministro considerou que “será muito ruim” se a Câmara dos Deputados aprovar, em um momento de crise econômica, projeto do senador Paulo Paim (PT-RS) que concede aos aposentados do INSS os mesmos reajustes do salário mínimo.

O ministro opinou que, se for aprovado, o projeto afetará a política de aumentos reais para o salário mínimo, pois a Previdência Social não tem fôlego para bancar aumentos reais para aposentados e pensionistas.

Ele pediu ainda que o Congresso aprove com rapidez a proposta do governo de criação do fundo soberano, que usará dinheiro do superávit primário para comprar dólares, a serem usados pelo próprio governo em momentos de crise.

Fonte: Jornal do Senado

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Posted By: TFSN
Last Edit: 08 out 2008 @ 09:38 PM

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Categories: Diversos, Geral


 

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