Os ministros da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça prestaram uma homenagem hoje (28) ao ministro José Delgado, que participou pela última vez da sessão de julgamento do colegiado. O ministro irá se aposentar no dia 5 de junho, dois dias antes de completar 70 anos, idade para aposentadoria compulsória.
O presidente da Seção, ministro Luiz Fux, declarou toda a admiração pelo colega e ressaltou o brilhantismo da carreira de José Delgado na magistratura. Destacou que ele escolheu para vida dois sacerdócios: a magistratura e o magistério.
Emocionado, o decano da Primeira Seção agradeceu a homenagem. Agradeceu principalmente a Deus, pelo sucesso na carreira, pelas amizades que fez ao longo da vida e, em especial, pela família que construiu ao lado da esposa Maria José Costa Delgado. “Deus, em sua bondade infinita, me proporcionou só encontros. Tenho a alegria de dizer que não conheço desencontros em meus dias. Encontros de realização profissional, de realização no amor com a minha Zezé, com meus filhos.”
O ministro José Delgado deixa a magistratura depois de 43 anos na carreira, com mais de 172 mil decisões proferidas. Começou essa longa trajetória aos 26 anos, como juiz de Direito do Estado do Rio Grande Norte. Foi juiz federal e juiz do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, antes de se tornar ministro do STJ em dezembro de 1995.
Em nenhum momento passou pela cabeça do ministro José Delgado ficar parado depois de se aposentar. Ele já decidiu que vai iniciar uma nova carreira. “Encerro minha carreira na magistratura com o mesmo ânimo com que comecei. Irei descansar três dias. A minha aposentadoria sairá no dia 5, numa quinta-feira, irei descansar sexta-feira, no sábado e no domingo. Mas na segunda-feira, ás 8hs, pretendo começar uma nova vida, sendo estagiário de meu filho que é advogado”.
O filho protestou em ter o pai como estagiário, disse até que seria uma agressão. Mas o ministro José Delgado está determinado a começar a nova carreira da mesma forma que fez em 1962, como estagiário, que na época era chamado de “solicitador”, como lembrou o ministro Castro Meira.
Fonte: STJ