-=HSN=- ADVOGADOS

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, recebeu o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Fernando Mattos, na noite desta terça-feira (15). À saída, Mattos disse que a iniciativa do encontro foi dele e que ambos mantêm regularmente reuniões. “Hoje, tratamos de temas institucionais que nos interessam”, relatou. “O presidente do STF teve uma reunião com o presidente Lula, também para tratar de temas do Judiciário. Isso é o que para nós é importante, que possamos, daqui para frente, estabelecer, cada vez mais, um Judiciário forte, ativo”.

Fernando Mattos disse que um dos temas tratados no encontro de hoje foi o relacionamento da Justiça Federal com o Supremo. “Este também foi um tema que nós tratamos – da indignação que houve dos juízes. Mas, na verdade, nessa área trabalhamos para que essa indignação, com os esclarecimentos do ministro Gilmar, possa ser resolvida”.

Nunca houve crise

Fernando Mattos ressaltou, entretanto, que, no entendimento da Ajufe, nunca houve crise entre os juízes e o STF. “Para nós, na avaliação da Associação, nunca houve uma crise. O que houve, na verdade, foi uma indignação dos juízes quanto a uma decisão do ministro Gilmar Mendes”, observou, referindo-se à liminar que determinou a libertação do presidente do Banco Opportunity, Daniel Dantas, preso por ordem do juiz da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Fausto Martin de Sanctis. “Nós temos é que defender a autonomia do juiz para decidir de acordo com a sua convicção”.

Fernando Mattos disse que já havia conversado com o presidente do STF sobre o episódio no último fim de semana e, também, através de troca de correspondência entre a Associação e o presidente do Supremo.

“Nós acreditamos que, desse episódio, inclusive, nós temos que tirar lições que visem ao fortalecimento do Judiciário”, observou o presidente da Ajufe. Ele informou que, em setembro próximo, será realizado um grande evento, “exatamente para discutir esses temas que envolvem prisão, direito ao sigilo, liberdade de imprensa, atuação da Polícia Federal e do Ministério Público. Nós vamos chamar todos os operadores: magistratura, Ministério Público e advogados, e acreditamos que poderemos debater todos esses temas”, completou.