-=HSN=- ADVOGADOS

A sessão desta quarta-feira, dia 4, da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) marcou a despedida do ministro José Augusto Delgado, que, após 13 anos, deixa o Tribunal em virtude de sua aposentadoria. José Delgado agradeceu todas as homenagens recebidas, destacando que encerra uma jornada de vida, mas que está aberto para novos ideais, novos vôos. “Deixo a magistratura com uma mensagem de felicidade. Faça-se a vontade do Estado, que me fez magistrado e também não permite mais que eu o seja.” O ministro foi aplaudido de pé por seus colegas, por sua família, pelos servidores e por todos os presentes à sessão de julgamento.

Escolhido para falar em nome da Corte, o decano do STJ, ministro Nilson Naves, relembrou a trajetória profissional do ministro José Delgado, marcada por sua paixão pela Justiça, pelo Direito e pela democracia. “Quero expressar o reconhecimento de todos pelos relevantes serviços prestados em defesa da Justiça e do jurisdicionado. Reconhecimento pelo trabalho sério e profícuo neste Tribunal”, afirmou o ministro.

O ministro Nilson Naves destacou que o ministro José Delgado é um juiz completo, “o juiz que eu gostaria de ter sido”. Para ele, José Delgado reúne em si os requisitos essenciais para se julgar bem: prudência, raciocínio e prudência. “Foi sempre preocupado com as decisões e seus reflexos na segurança jurídica. Sempre buscou uma forma eficiente de prestar a justiça.” Ao final, o ministro Naves afirmou ter somente uma certeza: a de que o vôo do ministro Delgado ainda não terminou.

Falando em nome do Ministério Público Federal, o subprocurador-geral da República Haroldo Ferraz da Nóbrega ressaltou que, para os nordestinos principalmente, o nome José Delgado é uma auréola, uma glória para a região. Afirmou, ainda, que o ministro é um jurista atualizado, em sintonia com a civilização, que está em pleno vigor da sua capacidade intelectual.

Flávio Luiz Santos, falando pelos advogados, associou-se às manifestações anteriores e parabenizou o ministro por sua brilhante carreira e por suas sólidas decisões, que muito contribuíram para construir a jurisprudência do Tribunal.

Bastante emocionado, o ministro Delgado disse que, talvez, o silêncio fosse o melhor para expressar o sentimento que o invadia, mas não podia ficar calado e deixar de agradecer e observar que Deus só proporcionou a ele encontros. “Sou grato ao bom Deus, aos meus pais pela educação que me deram, à minha esposa pelo amor, aos meus filhos pelo carinho, aos meus familiares pelo apoio e aos meus amigos pela confiança.”

Após a aposentadoria, o ministro diz que pretende trabalhar como estagiário no escritório de advocacia do filho Ângelo Delgado. “Sou professor de Direito há quase 50 anos e exerço a magistratura há mais de 43 anos, mas advoguei somente um ano e seis meses”, afirmou.