12 fev 2008 @ 5:59 PM 

Saiu na Gazeta Mercantil de hoje (12), artigo escrito por Augusto Nunes (Diretor Editorial – Grupo CBM), que vale a pena a transcrição. Segue, abaixo.

“De novo, o presidente Lula fez o que sempre faz quando instado a explicar o inexplicável: chamou a Dilma. De novo, a superministra que chefia a Casa Civil não negou fogo. Na Quarta-Feira de Cinzas, Dilma Rousseff concedeu uma entrevista para tranqüilizar milhões de brasileiros assombrados com a passagem do bloco do cartão corporativo, formado por milhares de foliões federais e patrocinado pelo governo.

Previsivelmente, Dilma apareceu com a fantasia que costuma usar quando a coisa fica feia: professora-que-nunca-deu-10-a-ninguém. A mesma expressão severa combinando com os mesmo óculos de primeira classe. O mesmo figurino de quem treina para virar modelo de alguma estilista luterana.

Com a mesma voz que não admite apartes, Dilma comunicou à Nação que não há nada de irregular, exagerado, indecoroso, obsceno ou ilegal no desfile do bloco. Alguns integrantes da comissão de frente andaram atravessando o samba, concedeu. Mas a comunidade do Planalto não vira motivos para tamanho carnaval.

Mesmo assim, revelou, o governo resolvera tomar meia dúzia de medidas preventivas. Para impedir a expansão da gastança (a conta anual subiu de R$ 14,1 milhões em 2004 para R$ 75,6 milhões em 2007), serão confiscados os cartões corporativos dos ministros. Cerca de 7.500 continuarão à solta.

Em liberdade condicional, ressalvou a ministra. Os saques em caixas eletrônicos estão proibidos. E os cartões só poderão ser usados – como ficou combinado desde sempre – para “despesas emergenciais”. Ficam fora da farra, portanto, tapiocas de botequim, churrascos com amigos ou carros alugados em dia santo.

Nenhuma das restrições vale para a Primeira Família e seus agregados. Lula, Marisa Letícia, a filharada, os “ecônomos” e o pessoal da segurança continuam livres para superar a notável marca alcançada em 2007: R$ 3,6 milhões. (O trio de “ecônomos” da adega e da despensa fez bonito: gastou R$ 250 mil).

Mais: as despesas palacianas foram proibidas de continuar frequentando o Portal da Transparência. Os cartões mais rápidos do Brasil Central poderão atirar sem vigilância. “Não vamos colocar em risco a segurança do presidente”, avisou Dilma, com aval dos dois ministros que a escoltavam na entrevista. Franklin Martins invocou misteriosas “razões de Estado” para justificar a censura. O general Jorge Félix lembrou que descuidos com a segurança favorecem “ações hostis ao presidente”.

Quais ações? Quem está por trás delas? A Al Qaeda estaria planejando o sequestro de algum Silva? Teria Evo Morales, aborrecido com a sovinice da Petrobras, ordenado à Marinha boliviana que trate de invadir o Lago Norte? Foi por isso que o ministro Nelson Jobim saiu à caça de um submarino nuclear? Foi para montar bunkers subterrâneos nos palácios que se comprou com cartões corporativos tanto material de contrução, tanto vinho, tanta comida, até munição?

Tais especuações são tão verossímeis quanto o falatório de Dilma. Os companheiros não estão preocupados com a segurança física do chefe. Só com a segurança eleitoral de Lula.”

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Posted By: TFSN
Last Edit: 16 fev 2008 @ 05:15 PM

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Categories: Diversos, Geral


 

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