Um escrivão de polícia da Delegacia de Investigação sobre Entorpecentes (DISE) de Ourinhos foi preso pelo desvio de drogas apreendidas. A prisão do escrivão somente foi possível porque os promotores de Justiça Renata Gonçalves Catalano Rios e Reginaldo Garcia, de Santa Cruz do Rio Pardo, acompanhavam a incineração de 250 quilos de maconha e 40 quilos de cocaína e crack, em cumprimento ao Ato Normativo nº 563, editado em 2008 pelo procurador-geral de Justiça, Fernando Grella Vieira, que regulamenta o acompanhamento, pelo promotor de Justiça, desde a apreensão de drogas até a sua incineração, adotando as providências criminais em caso de irregularidades na cadeia de custódia do entorpecente.
No ato da incineração das drogas, no dia 5 de fevereiro, os promotores constataram que vários pacotes da droga apreendida estavam violados: havia vários sacos de cocaína sem o lacre que é colocado no momento da apreensão, além de pacotes rasgados e embalagens fechadas apenas com fita adesiva. Toda a droga havia sido apreendida pela DISE de Ourinhos, e estava custodiada em ambiente ao qual apenas o escrivão de polícia tinha acesso. Na ocasião, a incineração estava programada para ocorrer no forno de uma indústria de Santa Cruz do Rio Pardo porque o local de incineração em Ourinhos estava em manutenção.
Diante das irregularidades verificadas, os promotores determinaram a suspensão da incineração, o arrolamento de toda a droga e a remessa dos entorpecentes ao Instituto de Criminalística de Ourinhos para novo exame pericial. O exame constatou que parte da droga apreendida pela DISE havia sido subtraída e que parte das pedras de crack havia sido substituída por pedras de sabão.
Com o laudo pericial comprovando o desvio da droga que deveria ser incinerada, o escrivão de polícia foi preso e transferido para a capital.