Situada a 116 quilômetros de Maceió, a cidade de Paulo Jacinto vive uma situação inusitada: uma “greve de prefeito”. Há cinco dias, a população está sem os serviços básicos de Saúde e Educação. As aulas foram suspensas nas escolas, os postos médicos só atendem emergências, as ambulâncias estão paradas e até o recadastramento do Bolsa-Família foi interrompido. Tudo isso por causa de uma briga entre o prefeito e a Câmara de Vereadores do município.
Na última sexta-feira (19), o prefeito Marcos Lisboa anunciou em carro de som que iria “fechar a cidade” se os vereadores não aprovassem um pedido de suplementação orçamentária no valor de R$ 8 milhões. Como a matéria não foi aprovada, ele cumpriu a promessa e paralisou os principais serviços prestados à população, inclusive os que são financiados com verba federal.
Os vereadores alegam que não aprovaram o pedido porque ele seria inconstitucional, já que a prefeitura não disse onde iria gastar o dinheiro. O valor da suplementação é equivalente a cerca de 35% do orçamento aprovado para este ano, de aproximadamente R$ 25 milhões, quando a margem de remanejamento permitida é de 13%. Além disso, a Câmara aprovou há apenas dois meses uma suplementação de R$ 6,3 milhões.