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Buenos Aires – Em reunião privada no final da manhã de hoje (22), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner falaram pela primeira vez sobre a crise energética argentina. De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, foi uma conversa “franca”, e Lula deixou claro que o Brasil precisa dos 30 milhões de metros cúbicos de gás/dia que tem contratados com a Bolívia.
“Foi uma oportunidade para uma conversa franca, para que fossem colocadas as realidades de cada país, a visão que cada país tem. Isso foi colocado de uma maneira muito amistosa, mas também com clareza”, relatou, há pouco, o ministro, em entrevista coletiva. O tema será aprofundado amanhã em reunião trilateral de Lula e Cristina com o presidente boliviano, Evo Morales. Também participarão técnicos e ministros.
Segundo Amorim, na reunião privada que tiveram hoje, Lula e Cristina não trataram apenas do risco de desabastecimento no inverno argentino. Também falaram sobre as dificuldades estruturais sul-americanas na área energética. “Os países têm crescido economicamente, e crescido muito, diferentemente do que ocorreu durante duas décadas e, naturalmente, devido à falta de investimentos no passado, a região como um todo enfrenta um problema sério de energia e esse problema tem que ser visto com uma visão estrutural”, ponderou. “Isso é muito importante e foi destacado pelo presidente”, disse Amorim.
O argumento foi reiterado pelo presidente brasileiro em discurso no Congresso Nacional argentino – Lula frisou a necessidade de se definir o potencial hídrico, nuclear e de biocombustíveis da América do Sul. Enquanto isso não acontece, Brasil e Argentina tratam de acelerar projetos bilaterais na área.
Os dois países decidiram criar um programa bilateral de energias novas e renováveis para potencializar as possibilidades de cooperação científica e tecnológica no setor. Também determinaram a constituição de uma comissão binacional responsável pelo desenvolvimento de um modelo de reator nuclear com potência para atender as necessidades dos sistemas elétricos dos dois países e, eventualmente, de toda a região – plano de ação nesse sentido deve ser apresentado até agosto deste ano. No mesmo prazo, as entidades competentes dos países deverão definir um projeto conjunto na área do ciclo do combustível nuclear.
Ainda no campo energético, Brasil e Argentina decidiram impulsionar o projeto do Complexo Hidroelétrico Binacional de Garabi, no Rio Uruguai e aprovaram um cronograma de atividades para a conclusão dos estudos preliminares.
Fonte: Agência Brasil